EU GOSTARIA QUE VOCÊ LESSEM COM MUITA ATENÇÃO E
LESSEM TUDO, NÃO IMPORTANDO A SUA OPINIÃO, MAS INDEPENDENTE DA SUA OPINIÃO ESTA É
A VERDADE QUE O BRASIL ESTAR VIVENDO.
ESTA MATÉRIA FOI COPIADA, POR QUE É A PURA VERDADE E VALE A PENA LER.
A MISSÃO DO
CRISTÃO É SIMPLESMENTE SEGUIR JESUS CRISTO.
A resposta para esta questão é bem simples: a
maioria do povo brasileiro não tem consciência do que está acontecendo no
Brasil. Neste artigo, queremos analisar brevemente algumas das causas desta
falta de consciência. Precisamos desmascarar algumas mentiras que insistem em
permanecer como se verdades fossem. Numa sociedade marcada pela ignorância, uma
mentira bem contada pode ser considerada verdade, e isto é muito perigoso. A
respeito do que está acontecendo, para ajudar o leitor a fazer uma leitura
crítica da realidade, vamos tentar desconstruir cinco grandes mentiras que a
grande mídia tem veiculado com bastante insistência.
1
– A corrupção passou a existir no Brasil a partir dos governos do PT.
Acredita nesta mentira quem não tem o mínimo de
conhecimento da história do Brasil. Quando os europeus chegaram no Brasil,
encontraram os indígenas. E o que fizeram? Tomaram suas terras e ceifaram suas
vidas. O Brasil foi invadido por pessoas ditas “civilizadas”. Os índios eram
considerados bichos do mato. Quando perceberam que eles não serviam para o
trabalho nas capitanias hereditárias, o que fizeram? Foram buscar os negros na
África. Durante séculos os escravizaram. Depois veio a República. A proclamação
desta se constituiu num verdadeiro golpe. Décadas depois, veio a ditadura
militar. Outro golpe. Duas décadas de opressão, de violação escancarada aos
direitos humanos. Muita gente assassinada na clandestinidade. Tudo em nome da
democracia e da segurança nacional.
Depois da redemocratização, veio a era FHC:
neoliberalismo exacerbado, totalmente alinhado aos EUA. O País totalmente
entregue à tirania de uma economia que não enxergava os pobres. O FMI dando as
diretrizes e o governo privatizando praticamente tudo. Nada de investigações,
muito menos condenações de criminosos de colarinho branco. O Judiciário
assistia calado. Com muita luta, um nordestino chegou à Presidência da
República, sendo chamado de burro, vítima das piadas preconceituosas dos mais
ricos e ignorantes, detentores do quarto poder (a grande mídia). Quem afirma
que desde 1500 até a chegada de Luís Inácio Lula da Silva à Presidência, não
houve corrupção no Brasil, sofre do mal da cegueira, ou da desinformação. Cego
porque não quer ver; desinformação porque não se interessa em conhecer a
história do País.
2
– A operação Lava Jato acabará com a corrupção no Brasil.
A corrupção no Brasil é sistêmica, e a Lava Jato
não mudará o sistema. Por que a grande mídia elogia tanto a Lava Jato, especialmente
o juiz Sérgio Moro? Por que políticos corruptos, notoriamente conhecidos por
suas falcatruas, elogiam o juiz Sérgio Moro? Por que a elite branca o
transformam em um ídolo, estampando-o nas capas dos jornais e na edição
biográfica de livros? A atuação da Lava Jato não fere os interesses dos
poderosos da direita. Os poderosos ligados ao PSDB, partido do derrotado Aécio
Neves, não estão preocupados com a Lava Jato, pois sabem que ela não vai
desmascará-los e condená-los. Geralmente, políticos corruptos não tem medo da
justiça brasileira porque sabem como ela tendenciosamente funciona.
No Brasil, os corruptos da direita tem seus amigos
no Judiciário: juízes na primeira, segunda e terceira instância. Isto não é
nenhuma novidade. Esta vinculação entre empresários, políticos e juízes prova
não somente a parcialidade dos julgadores, mas explica a corrupção no
Judiciário. Neste sentido, a lei não serve para punir os amigos, mas os
inimigos. A seletividade nas investigações é um exemplo claro deste tipo de
corrupção.
A seletividade não faz justiça, mas perpetua a
injustiça. Condena-se possíveis criminosos inimigos e deixa impune os possíveis
criminosos amigos. Esta seletividade no Judiciário brasileiro é antiga. Os
poderosos sempre foram amigos da justiça, cometendo injustiças. Sempre foi
assim, e isso não vai mudar tão cedo. Optar pelos pobres em detrimento dos
interesses dos poderosos nunca foi a marca do judiciário brasileiro. Nos
conflitos entre os pobres, o judiciário é rígido, mas quando envolve um pobre e
um homem poderoso, o pobre sofre, e tem que sofrer calado.
A Lava Jato tem servido para tentar convencer o
povo de que a justiça é imparcial e funciona, e isto não é verdade. Para
descobrir a mentira, basta olhar os nomes de condenados e a realidade sistêmica
da corrupção. Quem até hoje foi julgado e condenado pelos desvios de merenda em
São Paulo? E o escândalo das Furnas? E o caso Banestado? E o trensalão tucano
em São Paulo? A justiça não se interessa em investigar a fundo estes e tantos
outros escândalos de corrupção.
No momento, ela está ocupada com o ex-Presidente
Lula. Enquanto os políticos inimigos da Dilma articulam a sua queda, a justiça
articula a prisão do ex-Presidente. Cogita-se até a extinção do PT no cenário
político porque entendem que é o partido que acabou com o Brasil. A eliminação
do PT está sob a responsabilidade do atual presidente do TSE, ministro Gilmar
Mendes, amigo pessoal do senador tucano Aécio Neves. Portanto, tudo não passa
de uma jogada política rigorosamente articulada. Combater a corrupção é a
propaganda enganosa que a grande mídia deve incutir na cabeça das pessoas e,
infelizmente, milhões de brasileiros acreditam nesta mentira.
3
– Com a cassação do mandato (impeachment) da Presidenta Dilma tudo voltará ao
“normal”.
Os parlamentares que votaram e que votarão a favor do impeachment da Presidenta
Dilma falam que Michel Temer está salvando o Brasil, e que vai precisar
continuar no exercício da Presidência para concluir a sua obra redentora. Quem
está acompanhando atentamente o cenário político desde a sua chegada à Presidência,
já deve ter percebido que o País está caminhando para trás.
Desde a nomeação dos novos ministros até as
recentes medidas, Michel Temer tem sinalizado a sua forma de governar. Alinhado
ao PSDB, suas medidas tem sido assustadoramente antidemocráticas. Até agora tem
demonstrado com clareza que governa para os poderosos (os grandes empresários,
principalmente). Possui o mesmo estilo do PSDB, e os membros deste partido e
seus aliados estão empenhados na cassação da Presidenta Dilma.
Tanto política quanto economicamente, o Brasil tem
piorado cada vez mais, desde a sua chegada à Presidência. Para convencer o povo
do contrário, o discurso que sustenta e que a grande mídia tem propagado com
veemência é o seguinte: o governo Temer é um governo de salvação nacional, pois
vai tirar o Brasil das crises que Dilma e o PT provocaram.
Por trás dessa mentira há um projeto de poder que
vai colocar o Brasil nos mesmos patamares ocupados na era FHC: controle do FMI,
mapa da fome, desemprego exacerbado, inflação, inexistência da distribuição de
renda, ausência de investigação e condenação de criminosos de colarinho branco
vinculados à direita, repressão das manifestações do pensamento e da opinião
pública etc. Estas e outras situações explicitam o que eles chamam de “normalidade
democrática”.
Com a flagrante ausência de crime de
responsabilidade, o impeachment representa uma grave ruptura em nossa jovem e
frágil democracia. A velha direita, arrogante, preconceituosa e sedenta de
poder, está retomando o controle daquilo que ela considera a “grande senzala”.
Para os poderosos, o Brasil não passa de uma grande casa de escravidão, formada
por um povo acostumado a chibatadas.
Nos bastidores da má política, a conversa é
uníssona: Lula e Dilma deixaram o povo mal-acostumado. Agora é a hora
de retomar as rédeas da nação. Colocar o povo no seu devido lugar. O povo não
pode esquecer que nasceu para a subserviência. Os pobres do povo não podem
pensar que são livres. É hora de retomar os mecanismos severos de controle.
Pobre reclamando direitos é anarquia. Passou da hora de retomarmos a ordem e
promover o progresso (que exclui os pobres, claro!). É assim que eles
pensam.
4
– Não há golpe porque o impeachment está previsto na Constituição da República
e seu rito está sendo cumprido rigorosamente.
A primeira parte do art. 1º do Código Penal afirma:
“Não há crime sem lei anterior que o defina”. A previsão legal em si assegura a
devida punição, respeitando o devido processo legal. O impeachment está
previsto na Constituição da República (cf. art. 85), e a Lei nº 1.079, de 10 de
abril de 1950 define os crimes de responsabilidade e regula o respectivo
processo de julgamento. Portanto, há impeachment quando há crime de
responsabilidade, e não porque simplesmente está previsto na legislação
constitucional e infraconstitucional. Então, por que os que são contrários ao
impeachment da Presidenta Dilma afirmam que há um golpe? A resposta é simples.
O golpe contra o governo Dilma possui algumas fases. A primeira se refere às
primeiras reações do candidato derrotado Aécio Neves, do PSDB, recusando-se a
aceitar o resultado das urnas. O povo reelegeu a Presidenta e o tucano não
aceitou. E o que fez? Questionou a validade das eleições, pedindo a recontagem
dos votos. O TSE não aceitou o questionamento e não atendeu ao pedido do
tucano. Inconformado, tentou impedir que a Presidenta fosse diplomada,
solicitando ao mesmo TSE que cassasse o registro da reeleita. Mais uma vez, o
TSE não deu ouvidos. A sorte da Presidenta é que na época (dezembro de 2014), o
ministro Gilmar Mendes não era o presidente daquele Tribunal.
Ainda nesta primeira fase, o deputado Eduardo Cunha, do PMDB, partido que
abandonou a base aliada do governo, resolveu colaborar com o PSDB, aceitando,
na Câmara, o pedido de impeachment contra a Presidenta Dilma. O pedido foi
aceito no mesmo dia em que deputados do PT anunciaram que votariam contra ele
no Conselho de Ética da Câmara, onde estava sendo investigado. A retaliação do
deputado Eduardo Cunha era o que o PSDB estava precisando para continuar
articulando o golpe.
A segunda fase se inicia com um dos momentos mais vergonhosos da história
política do Brasil: a sessão, na Câmara, que autorizou a instauração do
processo de impeachment, no dia 17 de abril de 2016. Manipulados pelo deputado
Eduardo Cunha e influenciados pelo PSDB e DEM, a maioria dos deputados votou
pela instauração do processo. Cada voto a favor era um espetáculo de
hipocrisia, ignorância, preconceito, autoritarismo, conservadorismo e
insensatez. Os deputados fizeram questão de mostrar quem realmente são diante
de toda a nação, sem pudor algum.
Eles se sentiram tão à vontade, que um deles,
deputado Jair Bolsonaro, fez apologia ao crime de tortura e até hoje não foi
punido. Em meio ao tumulto e à falta de vergonha na cara, eles decidiram pela
abertura de processo de impeachment contra a Presidenta da República, sem
seriedade alguma. Cada voto a favor era uma homenagem a Deus, à família, às
tradições, aos mortos, à pátria, a amigos, a vizinhos, às denominações
religiosas neopentecostais etc. Nenhum deles fundamentou seu voto, alegando
crime de responsabilidade. E o motivo era simples de entender: a Presidenta da
República não cometeu crime de responsabilidade. Qual a alegação do PSDB e
demais opositores?
O PSDB contratou os juristas Hélio Bicudo, Janaína
Paschoal e Miguel Reale Júnior para elaborarem o pedido de impeachment. Na peça
processual, os juristas argumentaram que a Presidenta Dilma cometeu crime de
responsabilidade por ter recorrido a dois bancos públicos, Banco do Brasil e
Caixa Econômica, solicitando dinheiro para financiar programas sociais e o
Plano Safra. Posteriormente, o Tesouro Nacional repôs o empréstimo. Onde está o
crime de responsabilidade nisso? O crime não existe de fato, mas somente está
presente no falacioso discurso político dos acusadores.
4
– O Brasil está politicamente fragmentado, e o governo Temer promoverá a união
nacional após o impeachment.
Desde sempre, o Brasil é marcado por desigualdades
sociais escandalosas, e isto ocasiona uma vergonhosa distância entre ricos e
pobres. Apesar dos pesares, desde a chegada do PT ao poder, essas desigualdades
diminuíram graças à distribuição de renda promovida pelos programas sociais
como o Bolsa Família, e outras medidas de governo em matéria de política
pública.
É verdade que as elites conservadoras nunca viram
isso com bons olhos, pois os pobres começaram a aparecer em lugares que eram
somente frequentados pelos ricos. Os pobres passaram a consumir mercadorias e
serviços que eram reservados aos ricos: viagens de avião; TV por assinatura;
eletrodomésticos sofisticados; carro próprio; ingresso em universidades
públicas e particulares, abertura de negócios próprios etc. Antes de 2003, eram
poucos os pobres que usufruíam destes e outros benefícios.
Quanto mais desigual o País, mais desunido é seu povo. Numa sociedade desigual,
os mais pobres vivem em constante conflito com os mais ricos porque estes
tendem a explorá-los, sem pudor e sem piedade. A história do Brasil é marcada
por esta exploração avassaladora, e o conjunto das leis e seus operadores
(Poder Judiciário) sempre estiveram do lado dos opressores.
De 2003 para cá, o povo está assistindo às prisões
de opressores, tanto no mundo da política quanto no mundo empresarial. Isto é
algo novo no Brasil, pois desde criança o brasileiro aprende que, geralmente,
quem é rico não precisa ter medo da justiça porque a lógica interna que a
governa é a de silenciar o clamor dos oprimidos e deixar impune os poderosos.
Com os pobres, a justiça é implacável; com os ricos, é flexível e cega.
O governo interino que, provavelmente, tornar-se-á oficial, é caracterizado
pelo retrocesso, pois tende a agravar as desigualdades sociais. Portanto, é
mentira a fala do Presidente interino ao prometer união nacional. Essa união
não existe nem vai existir. Numa cultura de exploradores e explorados não há
união possível. O mero funcionamento das instituições não é sinônimo de união
nacional.
Na verdade, quando ele fala de união nacional está
querendo dizer o seguinte: o povo precisa parar com essa mania de protestos e
manifestações. Portanto, unir o País significa acalmar todo mundo, mandar o
povo trabalhar e manter o assalto aos cofres públicos longe do conhecimento
deste mesmo povo. Somente assim, haverá “paz” e tudo voltará à “normalidade”.
Era assim antes de 2003. Não se ouvia falar de
escândalos de corrupção porque o Ministério Público não era livre para
denunciar e o Judiciário também era orientado a permanecer na inércia,
ocupando-se somente com os conflitos surgidos entre os pobres. Desse modo,
passava-se a falsa ideia de que não existia corrupção no Brasil. Qualquer
pessoa inteligente e de bom senso admite essa realidade.
5 – O governo Temer é a favor da continuidade das
investigações dos grandes criminosos que mantém o País noranking dos
países mais corruptos do mundo.
Para reconhecer esta mentira basta olhar a
composição ministerial do governo Temer. Nos primeiros dias de governo
interino, três ministros caíram por causa de graves acusações de corrupção:
Romero Jucá (Planejamento); Henrique Alves (Turismo) e Fabiano Silveira
(Transparência, Fiscalização e Controle). Além destes, há outros implicados em
denúncias e suspeitas. O próprio Temer foi citado vinte e quatro vezes na
delação de Sérgio Machado.
Contra a Presidenta Dilma não há uma acusação de
desvio de verba pública. Nenhum delator a citou em suas delações. Ninguém a
acusa de ter desviado dinheiro público para esconder em contas pessoais no
Brasil ou no exterior. Caso o golpe venha a se consumar, pela primeira vez na
história do Brasil, uma Presidenta ilibada dará o lugar a um homem acusado e
suspeito de corrupção. Isto constitui uma grave e irreparável ruptura da ordem
constitucional, e as consequências já são conhecidas e tornar-se-ão cada vez piores.
O governo Temer não tem autoridade moral nenhuma
para falar de combate à corrupção porque está profundamente aliançado e
composto por pessoas corrompidas. Considerando o perfil tendencioso do
Judiciário brasileiro, tudo indica que ninguém conseguirá impedir os desmandos
que este governo pretende praticar. Considerando também que o povo brasileiro
não é um povo esclarecido e politizado, então a expectativa por dias melhores a
curto prazo já está sendo frustrada e continuará sendo nos primeiros dias após
a consumação do golpe.
Qualquer pessoa atenta ao que vai acontecer nos
próximos meses enxergará o que estamos constatando. O famoso juiz Sérgio Moro e
todos os juízes brasileiros vão ver quem realmente é a favor do combate à
corrupção no Brasil. Muitos juízes e investigadores, considerados heróis
nacionais, perderão a sua fama na grande mídia, pois não vão mais se ocupar com
os criminosos de colarinho branco. Em breve, as manchetes dos grandes jornais
não mais mencionarão nomes de juízes, apresentando-os como os salvadores da
pátria. Era assim antes de 2003, e esta época vai voltar a marcar o cotidiano
do Judiciário brasileiro.
Por
fim, resta-nos saber: Quais foram os dois maiores erros dos governos Lula e
Dilma?
Quando o PT pensou na possibilidade de concorrer à
Presidência da República, a sua convicção era a de que iria governar com a
participação popular, tendo em vista um País mais justo e fraterno para todos.
O mensalão foi o maior escândalo que aconteceu durante o governo do
ex-Presidente Lula. Mas como o povo percebeu que a qualidade de vida dos mais
pobres tinha melhorado significativamente, e isto se mantém até hoje, então
manteve o PT no poder: elegeu e reelegeu Lula, elegeu e reelegeu Dilma.
Isto foi inédito na história do Brasil, pois até
então, um nordestino nascido na pobreza e sem diploma universitário, e uma
mulher que enfrentou a ditadura nunca tinham chegado à Presidência da
República. Isto ficará para a história, e se a consciência política do povo não
despertar para o que está acontecendo, fatos históricos como estes não se
repetirão. A elite branca, ignorante e opressora poderá retomar o poder e não
permitirá mais que um homem do povo ouse sequer pensar em ser Presidente da
República.
Os acertos de ambos os governos estão aí para
qualquer pessoa ler e admitir sua existência: a inegável melhoria de vida dos
mais pobres e os avanços no desenvolvimento do País. Qualquer pessoa bem
informada e de bom senso admite os significativos avanços que ocorreram nos
últimos treze anos no Brasil, em todos os setores da sociedade. Como em treze
anos é impossível consertar o estrago cometido há séculos, então resta muito o
que fazer. Não se coloca um país do tamanho do Brasil nos eixos em tão pouco
tempo, considerando as resistências históricas e as dificuldades que aparecem
pelo caminho.
Muitos erros foram cometidos, como em todos os
governos em todos os tempos e lugares, mas o maior erro de ambos os governos
foi o conjunto das alianças políticas para manter o que chamam de
governabilidade. Infelizmente, o PT cometeu, no quesito alianças, os mesmos
erros dos governos anteriores. Lula e Dilma confiaram na aliança feita com o
PMDB, como se fosse impossível governar sem o apoio deste partido.
A história do PMDB é marcada pela sede de poder e
por desvios escandalosos. Por isso, apoiam qualquer candidato à Presidência e
se instalam no Poder Executivo, devorando-o. É o partido do Executivo Federal.
Além da aliança com os políticos pouco confiáveis do PMDB, outras alianças
comprometeram gravemente os governos Lula e Dilma. E estas alianças com gente
corrompida conduziram Dilma ao impeachment.
É praticamente impossível uma pessoa se sentir
segura e livre de grandes problemas estando cercada por gente mal-intencionada.
Mesmo que a Presidenta não tenha cometido, pessoalmente, desvio de recursos
públicos, mas muitas pessoas de seu governo cometeram tais desvios e isto
abalou a sua permanência, uma vez que estes corruptos se voltaram violentamente
contra ela, unindo-se para derrubá-la, pois sabem que ela, desde sempre, foi
favorável à apuração dos fatos e não trabalhou para impedir as necessárias
investigações. A Presidenta confiou em quem não deveria confiar, e o primeiro
traidor e chefe de todos os demais foi seu próprio vice, Michel Temer.
Um segundo grande erro cometido pelos governos Lula
e Dilma foi o quase total abandono dos movimentos sociais. O PT nasceu no meio
popular com os movimentos sociais, especialmente com o movimento sindical. É
verdade que, se compararmos com os governos anteriores, especialmente o governo
FHC, os movimentos sociais tiveram mais possibilidades de dialogar com o
governo durante os governos do PT do que com os governos anteriores. Em muitos
momentos, Dilma e Lula acolheram no Palácio do governo representantes de
inúmeros movimentos sociais para escutar os seus anseios.
Apesar de ter recebido inúmeras propostas para
serem efetivadas, ambos os governos se recusaram a implementá-las. Os
movimentos sociais não foram devidamente considerados. Somente de uns meses
para cá, diante da instauração do processo de impeachment, a Presidenta retomou
o diálogo com os movimentos sociais, pois sempre soube que estes movimentos
nunca a abandonaram. Ela conhece bem a força destes movimentos e sabe que eles
não estão do lado da direta branca, ignorante e opressora. E é assim porque são
constituídos por pessoas do povo, pessoas empenhadas nas lutas pelas
transformações sociais em vista do bem comum, com espírito crítico e
organização reconhecida.
Finalizamos estas considerações, que julgamos necessárias
para o discernimento que a situação atual exige, constatando, ainda, uma
urgente necessidade: caso o golpe se consuma, o PT deve rever a sua caminhada.
Sem esta revisão, que deve partir do diálogo permanente com os mais pobres do
povo, vai ser muito difícil governar novamente o País. Rever o jeito de fazer
política, libertando das manias vergonhosas da velha política. Repensar seu
projeto político à luz da realidade dos pobres, incluindo-os na discussão.
Renunciar, definitivamente, às alianças espúrias e fazer uma aliança com os
legítimos representantes do povo que se organizam nos movimentos, sindicatos,
associais, partidos, igrejas etc.
Com coerência e ousadia, o PT deve fazer oposição
firme e corajosa aos desmandos que o governo Temer irá praticar, caso o golpe
se consuma. O povo padece pela falta de representações políticas transparentes
e honestas, dignas de respeito e consideração. O Congresso Nacional, de onde
saem as leis que regulam a vida social, está tomado por centenas de políticos
mentirosos, desonestos, ladrões, covardes e conservadores. Portanto, o povo
está pessimamente representado. Infelizmente, este mesmo povo ainda não aprendeu
a escolher seus representantes. Continua sendo enganado nas épocas das eleições
e, assim, entrega o poder nas mãos de gente criminosa.
Esta falta de visão da realidade, mesmo estando
inserido nela, faz com que o povo permaneça praticamente calado, sem saber o
que fazer diante das injustiças. Somente quando crescermos em nossa consciência
política é que poderemos vislumbrar um outro Brasil, verdadeiramente mais justo
e fraterno, digno de todos os brasileiros. Enquanto isto, somos chamados a
manter viva a esperança ativa, na certeza de que, se cada um fizer a sua parte,
com consciência e liberdade, dias melhores virão. Esta deve ser a nossa atitude
e nossa esperança.
ESTAR NA CONTRA MÃO DE DEUS, É PEDIR PRA SOFRE, É NINGUÉM
PODE FAZER NADA QUANDO DEUS AGIR.