LOUCOS E DUROS DE CORAÇÃO!
COPIADOS
Porque
Jesus foi tão severo com eles? Porque seus motivos para abandonar a igreja eram
banais e fruto de seus corações endurecidos.
Inacreditavelmente, estes mesmos motivos podem ser encontrados nas conversas
com os “desviados”.
As palavras de Cleopas e de seu companheiro de viagem revelam-nos toda a
verdade de seus corações. Vamos analisar o texto? Vemos ver quais motivos
levaram estes dois a fazer tal loucura?
1o Motivo: Dar
ouvidos à conversa fiada –
vs. 13-14
Para que alguém se converta e una-se a uma igreja evangélica, muitas pessoas,
de muitas igrejas diferentes, colaboram para isso: Um lhe fala de Jesus pela
primeira vez, outro lhe entrega alguma literatura, alguém ora por ele e com
ele, outro o socorre numa hora de aflição, alguém o convida, outro o traz ao
templo, e assim por diante.
No
entanto, quando alguém chega a se afastar do Caminho, geralmente é pelas mãos
de uma única pessoa. Muitas vezes pelas mãos de alguém que ele conheceu na
própria igreja e que se fez seu amigo. Alguém que conversa muito ele, mas, ao
invés de o encorajar, como recomendam as Escrituras, leva-o a se desviar.
Repare no texto bíblico:
“Naquele mesmo dia, dois deles estavam
de caminho para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta
estádios. E iam conversando a respeito de todas as coisas sucedidas”.
O que
havia em Emaús? Nada! Emaús era uma aldeia tão pequena e inexpressiva, em
termos históricos, que só sabemos que ela existiu por causa deste relato
bíblico; mas, mesmo que Emaús fosse uma grande cidade, o quê poderia haver lá
que fosse mais importante que a notícia da ressurreição? Nada! Absolutamente,
nada!
A
verdade é que, enquanto a igreja estava reunida lá em Jerusalém, tentando
assimilar os últimos acontecimentos e esclarecer o sumiço do corpo de Jesus,
estes dois discípulos estavam voltando para sua antiga vidinha, lá em Emaús.
Abandonaram a igreja.
Porque? Por vários motivos e um deles foi por causa de conversa fiada, pois,
como o texto bíblico relata, eles “… iam conversando” pelo caminho.
O texto
bíblico não diz quem desviou quem, mas, como a repreensão de Jesus foi muito
severa e somente o nome de um deles é citado, não corremos muito risco em
afirmar que Cleopas era o conversador e, o outro, aquele que lhe deu ouvidos.
Ter
amigos na igreja é muito saudável e recomendável, mas, cuide-se, há muitos
“Cleopas” em nosso meio; pessoas mal resolvidas em sua fé em Nosso Senhor
Jesus, pessoas que querem sair da igreja, mas, como seus motivos são meras
desculpas, precisam de alguém que lhe dê ouvidos, alguém que concorde com ele
e, de preferência, que saia da igreja junto com ele, para que ele se senta
menos mal e culpado.
2o Motivo: Cegueira
espiritual – vs. 15-16
O
texto fala de uma espécie de “cegueira espiritual”. Repare.
“Aconteceu que, enquanto conversavam e
discutiam, o próprio Jesus se aproximou e ia com eles. Os seus olhos, porém,
estavam como que impedidos de o reconhecer”.
Eles estavam tão compenetrados em si mesmos, tão envolvidos em suas próprias
desculpas e justificativas, tão convictos em sua discussão, que nem puderam
notar que era o Cristo ressurreto que caminhava com eles.
Imaginem o ridículo da situação. Iremos ver, logo adiante, que eles não
aceitaram a notícia da ressurreição. Provavelmente estavam dizendo: Esta coisa de ressurreição é coisa de louco! É histerismo
coletivo! E, ali ao seu lado,
estava aquele de quem eles estavam falando.
Observe outra coisa muito interessante: eles (que estavam cegos) julgaram-se
mais informados que o próprio Cristo: “És o único,
porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignora as ocorrências destes
últimos dias?”.
As
pessoas que abandonam o Caminho encontram-se em condições espirituais
semelhantes, isto é, cegos. Estão tão preocupadas consigo mesmos que, literalmente,
se tornam incapazes de perceber a realidade. Pior que isso, além de estarem
cegas, acreditam que são as únicas que enxergam. Enchem o peito de razão, mas,
fazem papel de ridículos ao discutirem temas sobre os quais não tem o menor
conhecimento e ao classificarem como fanáticos ou histéricos os que ficaram
firmes em suas igrejas.
3o Motivo: Tristeza – vs. 17
“Então, lhes
perguntou Jesus: Que é isso que vos preocupa e de que ide tratando à medida que
caminhais? E eles pararam entristecidos”.
Porque
eles estavam tristes? Pela morte de Jesus, é claro!
Mas, também, pela injustiça praticada pelas autoridades (Como puderam colocar Jesus e Barrabás lado a lado?).
Pela ingratidão do povo de Israel (Como puderam escolher Barrabás?).
E, pelos problemas do grupo de Jesus (Como é que Pedro, que era tão valente, não morreu de
vergonha por negar o Mestre três vezes? E quanto aos demais, não se acovardaram
também, deixando o Cristo padecer sozinho? E as mulheres, então, que na hora da
crucificação até que foram valentes, mas, agora, vêm com esta história de que
viram e conversaram com anjos, parecendo loucas, alucinadas?).
Estavam tristes por muitos motivos. Por isso não puderam suportar a pressão. A
Bíblia diz que “… a alegria do Senhor
é a nossa força”. Crente triste é crente fraco! E, quando estamos fracos, temos
a tendência de nos isolarmos, de fugir, de virar a mesa, de abandonar a
carreira da fé.
Cuide-se, meu irmão. Não se entristeça! Nem com as autoridades, nem com a
ingratidão do povo e, muito menos ainda, com sua igreja, pois todas as igrejas
do mundo são iguais: são formadas por seres humanos fracos e frágeis; valentes
numa hora, covardes noutra; maravilhosos num instante, desprezíveis noutro;
inspiradores em certas atitudes, desastrosos em outras.
É
verdade que nenhuma igreja pode viver em pecado alegando que “… toda igreja tem problemas, que nenhuma é perfeita” e não fazer nada para mudar esta
situação. Se uma igreja admite isso (e a maioria admite) é porque está
reconhecendo que tem problemas. Logo, tem a obrigação de dar uma parada e fazer
um conserto com Deus, senão, certamente é falsa e hipócrita.
Por
outro lado, no entanto, nenhum crente tem o direito de ficar triste por causa
dos problemas de sua igreja, a ponto de abandoná-la. Deve, sim, orar, jejuar e
promover a santidade do seu grupo, com paciência e amor. Muito amor! Se, depois
de agir assim, sua igreja insistir em permanecer no pecado, então chegou a hora
de pedir a Deus licença para sair em busca de um outro lugar para adorar.
Porém, jamais ficar sem igreja.
4o Motivo: Saudosismo – vs. 19
“És o único,
porventura, que, tendo estado em Jerusalém, ignora as ocorrências destes
últimos dias? Ele lhes perguntou: Quais? E explicaram: O que aconteceu a Jesus,
o Nazareno, que era varão profeta, poderoso em obras e
palavras”.
Jesus falou diversas vezes que iria voltar para o Pai e que seus discípulos
iriam fazer obras maiores do que as que ele fez, mas, mesmo assim estes dois
abandonaram a Igreja, pois aquele “… que era varão profeta, poderoso em obras e
palavras…” havia morrido.
Jesus já era. Estava morto. Suas obras pertenciam ao passado.
O
dicionário define saudosismo como culto ao passado. Este é
um dos principais motivos pelos quais muitas abandonam suas igrejas: Eles vivem
do passado. Ah! No tempo daquele outro pastor, sim, a gente via o
poder de Deus. Ah! Antigamente a Igreja orava mais, buscava mais a presença de
Deus. Ah! No tempo dos apóstolos é que havia poder. Ah! No tempo de Jesus… E, assim vão caminhando e se
distanciando, sem entender que o poder de Deus está à disposição de todo aquele
que se santifica e que Deus se manifesta hoje em dia no meio do seu povo com a
mesma graça e misericórdia de outrora.
É
interessante observar que foi exatamente no momento do maior dos milagres de
todos os tempos, a ressurreição, que este dois pensavam que o poder de Deus
havia cessado.
Meu irmão, você acha que sua Igreja anda sem poder? Cuidado! Pode ser que você
esteja virando as costas e esteja perdendo de ver as maravilhas de Deus. Mas,
se for mesmo verdade que sua igreja anda assim, meio sem poder, não a abandone
nesta hora difícil. Seja você aquele que vai iniciar um incêndio espiritual
ali. Dedique-se ao estudo da Palavra de Deus, à oração e ao jejum, às boas
obras e ao amor fraternal. Pague o preço. Não use isto como desculpa, pois,
pode ser que quem está frio e sem poder seja você mesmo.
5o Motivo: Perda
da esperança – vs.
20-21
“Ora, nós esperávamos
que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já este
oterceiro dia desde que tais coisas sucederam”.
Naquela época os defuntos eram colocados em cavernas e não enterrados, como
fazemos hoje em dia, e a morte era oficialmente confirmada somente após três
dias do sepultamento. Tudo isso para evitar que alguém fosse enterrado vivo,
pois não tinham como diagnosticar os casos de morte aparente. Mas, depois de
três dias, a morte era decretada e acabava-se qualquer raio de esperança dos
amigos e parentes.
Cleopas e seu amigo haviam depositado todas as suas esperanças em Jesus, mas
ele morreu. E, após três dias do seu sepultamento, suas esperanças se foram.
Muitas pessoas abandonam suas igrejas porque perderem a esperança. Toda igreja
passa por crises e nestas épocas, ao invés de procurar levantar o moral dos
membros, muitos se apresentam como profetas, “Profetas-Só-De-Coisas-Ruins”,
sempre anunciando que “há uma nuvem escura sobre a
Igreja”, que Deus “está pesando a mão”,
que “há pecado na igreja”, etc, etc e tal.
Desconhecem a história da Igreja Cristã, que já passou por verdadeiras crises e
superou cada uma delas, pois “Maior é o que está
em nós, que aquele que está no mundo”. Esquecem que “… em Cristo, somos
mais que vencedores”.
As coisas andam feias em sua Igreja? Arregace as mangas e ajude aqueles poucos
que ainda estão lutando. Se você parar de reclamar, já está ajudando. Mas, se
resolver colocar a mão na massa, a coisa vai!
Mesmo que sua Igreja já tenha morrido, Deus a pode ressuscitar, pois, no
dicionário de Deus não consta a palavra IMPOSSÍVEL.
A
esperança é a última que morre, mas, quando morre, mata o homem.
Cuide-se para não perder a esperança! Olhe sua Igreja com olhos espirituais;
procure ver o que ela será, pela graça de Deus e não sua situação atual.
6o Motivo: Decepção – vs. 21
“Ora, nós esperávamos
que fosse
ele quem havia de redimir a Israel; mas, depois de tudo isto, é já
este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam”.
Quantas vezes Jesus afirmou que seu reino não é deste mundo? Ele deixou claro
que não veio para formar um exército, para ser o governador ou o rei de uma
nação, para criar uma dinastia ou qualquer destas coisas que os poderosos tanto
apreciam. Apesar disto, os apóstolos pensavam que Jesus iria ser coroado e
enfrentar os romanos e “redimir” (libertar) Israel.
Havia, é claro, um interesse pessoal em cada um deles, para acreditar nisso.
Como amigos íntimos do Mestre, certamente eles seriam nomeados generais,
ministros, secretários. Imagine, um grupo de
pescadores analfabetos nomeados para os altos escalões do novo governo, o
governo de Jesus. Fantástico, não é mesmo?
Mas, eles estavam confusos. Jesus nunca disse isso, nunca lhes deu qualquer
esperança neste sentido.
Ora, a Bíblia diz que quem crê em Jesus jamais será confundido. O quê aconteceu
com os apóstolos, para ficaram tão confusos?
Eles deixaram de ouvir as palavras de Jesus e passaram a acreditar em suas
próprias ambições e devaneios.
Muitas pessoas abandonam suas Igrejas quando se decepcionam com alguma coisa.
Mas, como chegam a este ponto?
Quando deixam de ouvir as verdades de Deus para ouvir seus próprios corações.
Quando enganam a si mesmos, afirmando e acreditando que Deus lhes prometeu
alguma coisa, quando, no fundo, eles estão apenas tentando satisfazer suas
ambições pessoais.
A
Bíblia diz que só há um mediador entre Deus e os homens, Jesus. Porém,
infelizmente, muitos se decepcionam porque deixam de procurar em Jesus as
respostas para suas vidas e vão atrás de certos“homens e mulheres de Deus”, mendigando oração e em
busca de “revelação”. Passam a dar ouvidos aos profetas e
profetizas de plantão. Passam a dar mais valor a sonhos, visões e sinais, que à
presença de Deus e seus ensinos.
Outros evangélicos organizam suas vidas função de suas Igrejas e de seus
líderes, de tal forma que abandonam a família, os amigos, o estudo, o
auto-desenvolvimento, o laser, etc. Então, num belo dia, suas Igrejas e seus
líderes traem sua confiança, e a decepção vem à cavalo. Daí, não dá mais para
segurar a barra. O único jeito de enfrentar a realidade é… bem, é fugindo dela.
Abandonando tudo.
Decepcionado? A culpa é sua, se acreditou em suas próprias ambições e se
organizou sua vida em função de homens e Igrejas.
Jesus nunca decepcionou alguém que tenha organizado sua vida em favor dele.
É
hora de reconhecer os erros, para não cair mais.
7o Motivo: Falta
de fé, descrença – vs.
22-25
“… mas, depois de tudo isto, é já este o terceiro dia desde
que tais coisas sucederam. É verdade também quealgumas
mulheres, das que conosco estavam, nos surpreenderam, tendo ido de
madrugada ao túmulo; e, não achando o corpo de Jesus, voltaram dizendo terem tido
uma visão de anjos, os quais afirmam que ele vive. De fato, alguns
dos nossos foram ao
sepulcro e verificaram a exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram”.
Quase
que dá para ouvir o tom de desprezo deles em relação ao testemunho das
mulheres, quando se referiram a elas como “algumas mulheres”.
Não eram apenas algumas mulheres. Eram
mulheres bem conhecidas do grupo. Mulheres respeitadas, que tinham nome e
sobrenome. Mulheres que apoiaram o ministério de Jesus todo o tempo, não só
financeiramente, mas, principalmente, com o serviço de suas próprias vidas.
Mas, nada disso tinha qualquer valor para Cleopas e seu companheiro.
Imediatamente, eles desqualificaram o testemunho delas, por serem apenas
mulheres.
Mas, sua descrença não parou por aí. Descreram, também, do testemunho dos
homens (De fato, alguns dos nossos foram ao sepulcro e verificaram a
exatidão do que disseram as mulheres; mas não o viram). À primeira vista
parece que o testemunho dos homens os deixou propensos a crer, mas, não!
Se tivessem crido no testemunho daqueles verdadeiros servos de Deus, JAMAIS
TERIAM IDO EMBORA para Emaús.
Descreram da própria ressurreição, apesar dela ter sido apregoada por Jesus.
Em resumo, descreram das mulheres, dos homens e do poder de Deus. Não é à toa
que a repreensão de Jesus foi tão severa.
Um dos motivos que levam as pessoas a abandonar suas igrejas