PARECE QUE É BRINCADEIRA MAS NÃO É, ESTAMOS NO FIM DO MUNDO MESMO. NÃO BASTANDO O CORRUPTO AGORA MAIS ESTA...
Pediatra que não atendeu
por motivo político no RS terá de se explicar
Conselho Regional de Medicina
do Rio Grande do Sul (Cremers) estabeleceu nesta
quarta-feira (30) um prazo de 15 dias para que a médica pediatra Maria Dolores
Bressan se defenda das acusações de que recusou atender um paciente devido à
filiação política da mãe da criança.
A mãe, Ariane Leitão, é
suplente de vereadora do PT em Porto Alegre e foi secretária estadual de
Políticas para as Mulheres durante o governo de Tarso Genro (2011-2015). O pai,
Gilvandro Antunes, é filiado ao PSOL.
Ariane, que denunciou a recusa
de atendimento em uma rede social no último dia 23 de março, ingressou com
denúncia junto ao Cremers na terça-feira (29).
O órgão
abriu sindicância para apurar o caso e, na hipótese de confirmar as acusações,
pode abrir processo ético-profissional contra a pediatra. As punições, no caso
de condenação no processo, variam de censura pública, suspensão e até a perda
do registro profissional. A médica foi procurada pela reportagem, mas ela não
atendeu as ligações.
A suplente de vereadora não
quis dar declarações nesta quarta. Seu advogado, Ramiro Goulart, disse que
houve violação do código de conduta médica. "Paciente não pode ser tratado
como cliente, não se trata de uma relação comercial. Houve uma flagrante falta
de compromisso ético com o exercício da profissão."
Segundo a denúncia, a pediatra
comunicou que não mais atenderia a criança, de um ano e um mês de idade, por
mensagem de texto no celular no dia 17 de março.
Na comunicação, Dolores teria
citado como motivo a nomeação do ex-presidente Lula para a chefia da Casa
Civil, ocorrida no dia 16, e opina que houve "escárnio e deboche" do
"representante maior do teu partido" (Lula).
"Depois dos acontecimentos
da semana, estou sem a mínima condição de ser pediatra do teu filho",
escreveu a médica na mensagem, segundo a denúncia de Ariane Leão.
O advogado de Ariane disse que
o menino era paciente da pediatra desde junho de 2015 e que a mãe e a médica
costumavam trocar mensagens de texto com frequência pelo celular.
Goulart negou, porém, que o
teor das mensagens tenha alguma vez enveredado pelo campo da política.
"Nunca. O único conteúdo ideológico foi a derradeira mensagem em que a
profissional declina do atendimento por clara perseguição política."
Mesmo assim, o advogado disse
que Ariane não pretende "prejudicar" a profissional. "O objetivo
de minha cliente é unicamente advertir a outros profissionais liberais, médicos
ou não, de que não podem tomar esse tipo de atitude num estado democrático de
direito como o nosso", explicou. O advogado disse ainda que a relação entre
mãe e médica sempre foi respeitosa e que Ariane considera a pediatra
"excelente profissional".